Em cada canto do meu pranto,
Fez-se um vento do meu tempo,
Do passado distante, do bastardo errante.
Foi-se o tempo das crianças,
Da pureza que se fez o descaso e,
Do momento passageiro, fez-se o inferno.
E, dos demônios mostrou-se o fim.
Devagar, como as nuvens negras da chuva,
Carregadas com o sangue dos corpos ocos e sem vida, tombados na terra podre,
Deixando escorrendo seu sofrimento e felicidade como a água.
(XX-XX-2007)
ê... palavras são imateriais, efêmeras, dualistas. Contudo as imagens são ideologias, pois elas registem ao mais longo dos períodos naturais.
Há começos de alguns fins e, fins de alguns começos.
Hoje foi mais um fim de um novo começo, porém cada começo tem um novo começo logo em seguida. "O que me espera?", grito. Mas como todos os mortais não recebemos a resposta propriamente dita. Elas mostram-se por formas, cores, atitudes ou gestos diferentes, melhor dizendo, por sinais diferente. Então, o que é essa longa espera? Em qual papiro sagrado nosso destino está traçado? Por que essa dúvida hipocondríaca domina os seres humanos tão facilmente? [...]
Sobra-se apenas as perguntas secas, como uma arvore de folhas ocas. Mas uma coisa é certa, enfim. O começo terá um recomeço! E o passado tornará o futuro, diluídos com pequenas doses de presente.
E, por isso, olho para o passado e, espero o futuro (tão incerto...).
Olho para o céu sobre a grama fresca e molhada do sítio de meu avô. Pego-me pensando sobre as coisa que fiz e que deixei de fazer. Meus olhos não conseguiam entender, se era o mundo que movia ou se apenas as núvens que lá em cima estavam. Essa movimentação causava-me tontura, o tempo ia passando, e as idéias fluíndo. "O que eu seria quando crescer", pensei. Essa era uma das mais clássicas perguntas de quando os adolescentes se vêem saindo dessa fase e estão indo para a maturidade, ou como alguns preferem dizer a fase adulta. (...)
Serei o que sou, num instante agora. Onde o ontem e o amanha se completam e se combinam num fluxo constante e cíclio. E assim serei, o que eu quiser, o que eu sou.
Enfim, o fim [!]
..."Somos produto daquilo que pensamos"!
