quinta-feira, 24 de abril de 2008

Subjetividade Externa





Bom, certas coisas acontecem na vida da gente e não damos conta da importância delas. A vida é cheia de surpresas e, essa foi mais uma das surpresas que me aconteceu.
Resumidamente vou contar a história de nossa amizade.

Acordo preocupado, não sei explicar bem o sentimento, sabia que dali há algumas horas estaria indo ao Colégio Purificação, primeiro dia de aula. Levanto a cabeça do travesseiro, cansado da noite mal durmida, fazia muito frio, a chuva caia lentamente na janela do meu quarto, o despertador marcava seis horas da manhã. Levantei-me e fui em direção ao banheiro para tomar banho, tudo rapidamente, não queria me atrasar.
A escola ficava próximo a minha casa, como de costume fui andando ao colégio, uma expectativa pairava sobre meus pensamentos. Estava andando rápido, já fizera este mesmo percurso varias vezes, fora 13 anos até ali estudando no mesmo lugar. Passando poucos minutos, entro no colégio, seu Antônio, o porteiro, estava começando o ano brigando comigo, tinha me atrasado, para variar... Mas depois de falar com o coordenador fui para a sala de aula, por chegar atrasado tive que aturar a sala inteira olhando para mim, abaixo a cabeça e sigo em linha reta pela primeira fileira de carteira próximas a porta, por sorte no final desta fila, encontro três amigos meus, um dos meus melhores amigos, Vagner, durmindo encostado à parede, Ricardo e Euller.
Passando alguns dias, a sala já estava praticamente entrosada, uma barulheira total, eu tinha notado a presença de pessoas novatas, como por exemplo, Adjane e Aline. Logo, em poucos dias, essas duas novatas ficaram amigas do nosso grupo de amizade, o Oba-oba. Essa amizade sobrepassou as fronteiras do colégio, andávamos juntos em todos os lugares, em todos os momentos. Tudo isso me fazia muito bem, estava feliz, era gostosa a presença dos meus amigos ao meu lado, formamos no meio do ano a "Família Rasta", onde eu vivi os melhores momentos de vida, junto a eles.
Bom, mas como esse texto está deixando de ser uma narração, venho continuar à história sobre Adjane. Essa amizade só fez aumentar, mesmo depois de a "Família Rasta" se fragmentar (uma história paralela a esta), Estabeleceu-se uma ralação de confiança mútua, de segredos, confissões. Hoje, pego-me pensando, como a vida nos presenteia, conheci essa garota, aparentemente tímida, CDF, no colégio que estava enjoado e, só tenho a agradecer, por ter feito meus dias melhores, meus 'momentos particulares' de subjetividade menos torturosos, obrigado.
Quando eu me encontro com ela, seja na 'favela' onde mora, no conte d'azur, na rua, na chuva, na fazenda, fico feliz, pois sei que o que eu falava a mim mesmo é verdade. Anjos existem, acredite!

Segue abaixo a letra da música do vídeo:

Pimentas - Anjos
Henrique Cerqueira

Há momentos em que a solidão aperta
E a tristeza quer se instalar
Então clamamos o socorro do Deus vivo
Ele nos manda anjos pra nos animar


Não tem asas e não podem voar
Mas em seu coração
Trazem o dom de amar


Preciso da sua amizade
Da sinceridade, do teu carinho
Você pode não parecer com meu jeito de ser
Mas você é muito especial


É tão bom ter alguém pra te ouvir (é tão bom)
Ter alguém que se interesse (que saiba te entender)
E é tão bom me sentir a vontade
Pra dizer a verdade
Ser aceito como eu sou

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